Sindicatos e crises de imagem: o que fazer para enfrentá-las
- Newton Palma e Paulo Brunet
- 23 de jan. de 2015
- 2 min de leitura

Fraudes em eleições sindicais, denúncias de corrupção dentro das entidades, erros de gestão gigantescos, comportamentos inadequados de alguns associados, crimes de extorsão, corrupção e lavagem de dinheiro. Esses são alguns exemplos de notícias que vez ou outra aparecem na imprensa nacional e fazem parte da história sindical brasileira.
Nenhuma entidade está imune a esse tipo de situação e somente quando ela ocorre é que os gestores de sindicatos e associações se dão conta de que precisam agir para enfrentar o problema. Mas uma ação mal trabalhada pode acabar com a imagem de uma instituição e acarretar até no encerramento das atividades do sindicato. Nesse momento, a comunicação é uma das ferramentas mais importantes para proteger os interesses da entidade e superar o momento negativo.
É comum ver nessas horas dirigentes publicando nota de esclarecimento negando qualquer envolvimento no episódio. Dependendo do caso essa pode ser uma atitude inócua, uma flechada em um tanque de guerra. Não que isso não tenha efeito, mas uma ação isolada é insuficiente para estancar o sangramento. O trabalho, na verdade, deve ter início antes do fato consumado. Para isso é preciso ter sempre um plano de gestão de como (re)agir caso tenha início uma crise, cujos efeitos podem ser devastadores para a imagem da organização.
O gerenciamento de crises envolve a execução de várias etapas, como treinamento de porta-vozes, publicação de notas de esclarecimento, monitoramento e comunicação nas mídias sociais, além de trabalho com a comunicação interna. A comunicação deve atuar sobre diversos públicos (imprensa, funcionários, órgãos públicos, colaboradores, entre outros) por meio de mensagens direcionadas. Assim, evita-se, por exemplo, que os stakeholders envolvidos fiquem sabendo sobre o caso por meio da imprensa e possibilitando o trato transparente, pró-ativo e com nivelamento de informações entre os colaboradores para evitar o fornecimento de dados imprecisos.
No cenário sindical que encontramos, é fácil perceber que grande parte dos sindicatos não tem qualquer planejamento ou equipe especializada em crise. Muitos sequer se preocupam com o tema, apesar de promoverem ações facilmente vistas de forma negativa pela população, como as greves. Se o gestor não estiver preparado, será difícil reverter a situação danosa.
É preciso ficar claro que um plano, por mais simples que seja, de como agir nesse momento, preparando uma equipe que conheça o público, as ferramentas e as técnicas de comunicação, e que possa se mobilizar rapidamente, facilitará para que a entidade saia mais rapidamente do buraco. Lembrem-se: o pior momento para gerenciar uma crise é depois que ela estoura.
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