Ferramentas para aproximar Sindicatos de suas base

Um sentimento comum que pode ser percebido dentro das bases de categorias representadas por entidades sindicais é o descontentamento em relação aos diretores. Basta conversar com alguém sobre o assunto que facilmente percebe-se a insatisfação. Frases como “não fazem nada” ou “só aparecem em período de eleição interna” são comuns de serem ouvidas. Não é à toa que os sindicatos têm dificuldade para mobilizar seus filiados quando precisam.

Mobilização não se constrói da noite para o dia. É preciso investir tempo e recursos especializados para envolver pessoas em torno de causas.

Citamos abaixo instrumentos importantes que ajudam nessa questão:

Pesquisa sociodemográfica

Diria que essa é uma das primeiras coisas que deveriam ser feitas. No geral, sindicatos representam uma categoria sem saber quem são seus representados, onde estão, o que fazem, do que gostam, como vivem, com quem vivem, que lugares frequentam, quais são seus hobbies prediletos, etc. Essas são informações importantíssimas para que os rumos, as estratégias e as ações vão ao encontro dos interesses particulares dos associados.

Pesquisa de presença/comportamento digital

Um pouco mais focado do que o anterior, esse estudo tem o objetivo de identificar quais são os ambientes digitais nos quais a base está inserida e onde costumam buscar informações: redes sociais, blogs, portais de internet, fóruns de discussões, listas de e-mails… Vale tudo. O importante é saber quais são as fontes de informações consumidas pela base e onde eles interagem entre si e com outros colegas.

Comunicação

Comunicação deve estar no centro da estratégia de relacionamento e fazer parte da cultura organizacional. Não espere que o filiado venha buscar informação, pois ele só o fará quando for do seu interesse particular. Cabe ao sindicato, por meio de uma estratégia bem definida e adequada ao perfil do público (não apenas pelo site e por uma fanpage no Facebook), comunicar o que ocorre no universo no qual a categoria está inserida.

Relações Públicas

Da mesma forma que não basta só ficar colocando notícias em um site e republicar no Facebook, o contato com a base não deve ser apenas superficial. Investir em ações de relacionamento e estar presente em momentos diversos é fundamental para que a categoria sinta a participação de seus representantes e, consequentemente, perceba que do outro lado tem pessoas tão vivas quanto eles na batalha por melhorias.

Marketing sem fins lucrativos

Sindicatos dependem de suas bases para existir. Por isso, é preciso tratá-las como principal cliente na relação. E a moeda de troca aqui não é o dinheiro, mas sim o bem-estar da categoria. É preciso mudar o conceito de que sindicato bom é o que apenas consegue aumentos ou benefícios para os representados. Isso é importante, mas igualmente fundamental é a manutenção de um relacionamento.

Paulo Brunet

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